Efeméride
SETEMBRO DE 1995. Foi de festa, com a presença do secretário de Estado da Educação e Desporto, que veio a Vagos homologar o contrato-programa para a construção de uma nova Escola Secundária, no valor de 350 mil contos. Um dia «histórico», enfatizou o presidente da Câmara, na presença de Manuela Fonseca, diretora Regional de Educação do Centro (DREC), do representante do Governo Civil, de Dina Oliveira, presidente da Assembleia Municipal, e de muitos autarcas.
Carlos Bento, que usou da palavra depois da presidente do Conselho de Escola, Prof. Cristina Oliveira, mostrou-se «grato e feliz», pela disponibilidade do Ministério da Educação e do Secretário de Estado da Educação e Desporto, Castro Almeida, «pelo muito que tem feito na área educativa e no desporto, no distrito de Aveiro».
Era a concretização de um «velho sonho», diria o autarca vaguense, que também anunciou «para breve» a construção da piscina coberta e aquecida. O projeto pertencia ao Instituto do Desporto (INDESP), organismo criado em 1993 após a extinção da Direção Geral dos Desportos (DGD) e Fundo de Fomento do Desporto (FFD). Infraestruturas que, afinal, não tornavam o concelho autossuficiente, considerou Carlos Bento, que aproveitou a «pedalada» para solicitar ao Governo a próxima construção de um campo de futebol, relvado e com pista de atletismo envolvente, e o arranque da Escola Profissional de Agricultura. Neste último caso, o processo de candidatura já tinha sido apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal (PRO¬DEP II), e aguardava a concessão de apoio financeiro.
«Não queremos megalomanias nem vaidades bacocas, mas apenas o essencial para que os jovens, deste concelho, possam praticar desporto escolar com o mínimo de condições», justificou o autarca.
MENTALIDADES. Manuel Castro Almeida (atual Ministro Adjunto e da Coesão Territorial) ignorou, na altura, as solicitações do presidente da Câmara. Optou por falar da ação governativa, e do «esforço gigantesco» do seu ministério, para cumprir o alargamento da rede escolar. «O país deve sentir-se orgulhoso», diria, a propósito, reconhecendo que fora vencido o «desafio da democratização do acesso à educação».
Na sua intervenção, o secretário de Estado considerou que a educação era a «primeira prioridade» de qualquer governo, tendo alertado para o facto de «alguns estabelecimentos de ensino» [ainda] não propiciam a educação e a qualidade, desejadas para a formação dos jovens. Acabaria por confirmar que, apesar de o percurso e a evolução do ensino serem elogiados, por instâncias internacionais, ainda havia «muito por fazer», reiterando a necessidade de implementar no país uma «mudança de mentalidades», que permitisse tornar, porventura, o ensino «mais exigente e mais rigoroso».
E como «estudar é custoso e implica esforço», Castro Almeida deixou um sério aviso à comunidade educativa, às famílias e à autarquia: que era urgente acabar com o «clima de facilidades e lassidão», que se tinha instalado nas escolas. E mais não disse.
O auto de consignação seria assinado um ano mais tarde. Para além do presidente da Câmara e do diretor executivo da Escola Secundária, participaram o Eng.º Fernando Cardoso e Mário Carvalho, em representação da DREC, tendo ainda marcado presença professores e membros do conselho diretivo da escola. O valor da obra atingia os 400 mil contos, e a empresa Sociedade de Construção Gabriel Couto, SARL, com sede em Famalicão, tinha agora um ano (até 31 de julho de 1997) para concluir o novo espaço escolar.
Eduardo Jaques