DESPORTO

Os Jogos Olímpicos Escolares

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Em agosto de 2021, logo após o termo da 32ª edição dos Jogos Olímpicos (JO) da era moderna, realizados em Tóquio, publiquei um artigo em que se analisava o fenómeno do olimpismo, nas suas variadas dimensões – histórica, sociológica, política e, também, desportiva, referindo-se expressamente que se tratava de um tema que suscitava, nas escolas, abordagens pedagógicas.
Nesse texto, embora resumidamente, referimos os JO da antiguidade, realizados no santuário de Olímpia de 4 em 4 anos, em honra do deus Zeus e a sua recriação, em finais do século XIX, pelo barão Pierre de Coubertain, criando os JO da era moderna, cuja 1ª edição se realizou em Atenas, em 1896 e onde se procurava dar continuidade aos valores, ao espírito e aos rituais e formas organizativas dos seus percursores.
O Espírito Olímpico (os valores e atitudes morais que regulam o movimento olímpico), assente em 3 valores fundamentais de Excelência, Amizade e Respeito, foram objeto de apreciação resumida: Excelência: dar o melhor de si; alcançar metas pré-definidas com determinação e esforço; não apenas vencer, mas participar; progredir na direção de objetivos pessoais e de lutar para os conseguir. Amizade: refere-se à construção de um mundo melhor e mais pacífico, através da solidariedade, do espírito de equipa, da alegria e do otimismo; a criação de elos fortes com companheiros e com adversários; vencer as diferenças existentes, de raça, de género, de religião, de formas de viver e outras: Respeito: refere-se a um princípio ético geral: respeito por si, pelo outro, pelas regras, pelo seu corpo, fazendo “jogo limpo”.
Este ideário olímpico considera que os JO podem constituir um instrumento de aproximação entre povos e entre pessoas, valorizando a educação através do desporto, promovendo o gosto pela prática desportiva e hábitos de vida saudável.
Por fim, analisámos os mitos do olimpismo e as contradições entre estes valores e alguns factos e a participação portuguesa nesta edição que, embora sendo a melhor de sempre, ficando em 57º lugar na tabela dos JO e em 21º lugar no contexto dos 27 países da União Europeia. Ou seja: apesar de um investimento público de 18,5 milhões de euros no programa deste ciclo olímpico, Portugal mantém-se num evidente estado de subdesenvolvimento desportivo. Os Jogos Olímpicos do Agrupamento de Escolas de Vagos (AEV) Entretanto, a 33ª edição dos JO está para breve, realizando-se em Paris, entre 26 de julho e 11 de agosto. Por todas estas razões, decidiu o AEV realizar os Jogos Olímpicos Escolares (conforme a imagem) em 6 modalidades (Atletismo – velocidade, salto em comprimento e milha; Natação – estilo livre, crawl e costas; Ginástica – destrezas no solo; Badminton; Basquetebol – 3X3 e Canoagem – K1, slalom), tendo as provas decorrido em simultâneo, durante todo o dia, em 4 locais distintos: Estádio, Piscina, Pavilhão e Rio Boco.
Participaram 210 alunos de ambos os géneros, do 5.º ao 12.º ano, integrados nas suas turmas e integrando 21 equipas, distribuídas pelos respetivos escalões etários. Paralelamente, nas aulas de Educação Física, foi analisado o tema do Olimpismo, procurando incutir-se nos jovens não só o gosto pela atividade desportiva, mas também incentivar uma participação de acordo com o espírito olímpico.
Realizou-se a cerimónia protocolar de abertura, com o hastear da bandeira olímpica e com intervenção do diretor do Agrupamento, que realçou a importância dos valores olímpicos e da forma como professores e alunos se mobilizaram para a organização deste evento. No final da tarde, foram realizadas cerimónias de entrega de prémios, que foram produzidos internamente. De referir, por fim, as colaborações da Câmara Municipal, dos Bombeiros Voluntários, do Curso Profissional de Logística e do Grupo de Dança do AE Vagos, bem como do Clube de Jornalismo e do Luís Almeida, aluno do 10º ano, que funcionou como o speaker do evento. AE Vagos como entidade cooperante do Comité Olímpico de Portugal
Na sequência dos contactos estabelecidos, o Agrupamento de Escolas de Vagos ficou registado como entidade cooperante do Comité Olímpico de Portugal, integrando o seu Programa de Educação Olímpica e prevendo-se a continuidade destas ações, nos próximos anos letivos.

Paulo Branco

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