Objetivo inicial é retirar do lixo comum pelo menos 20 toneladas por ano de resíduos alimentares
As famílias que residem no centro de Vagos estão a ser desafiadas, pela Câmara Municipal, a aderirem ao projeto-piloto “Vagos+Composto”, que tem como missão transformar os resíduos verdes e alimentares em fertilizantes. E retirar, dessa forma, do denominado “lixo comum”, cerca de 20 toneladas por ano desses detritos. Para isso, vão ter entregues equipamentos especializados de compostagem aos 50 agregados familiares que se mostrarem interessados em participar. E já há, também, três compostores comunitários instalados no centro da vila.
João Vaz, da empresa EcoGestus, que está a dinamizar o programa municipal de compostagem, explica, de forma simplificada, que a compostagem consiste em “transformar os nossos resíduos alimentares e os restos de jardim – fruta que cai ou, até, pequenas podas de arbustos –, assim como alguns resíduos de cozinha a que não damos nenhum valor, como um guardanapo sujo, em fertilizantes naturais”. “No fundo, o que queremos é colocar a natureza a trabalhar para nós, bastando, para isso, utilizarmos alguns equipamentos”, explicou o engenheiro responsável pelo projeto, na sessão de apresentação do mesmo, que decorreu na Biblioteca Municipal João Grave.
No total, segundo dados disponibilizados pela EcoGestus, cada habitação de Vagos produz por ano, em média, cerca de 400 quilos de resíduos alimentares. O que totaliza “entre 200 a a 300 gramas por pessoa, por dia”. Nesse lote entra, também, a contabilização dos resíduos “verdes”, que derivam de jardins ou quintais.
“Através deste projeto, 50% dos resíduos produzidos pelas famílias podem entrar aqui. O que é um grande benefício para a comunidade, mas também para as finanças da Câmara Municipal, que vê assim reduzida a sua fatura. E são todos os contribuintes que ficam a ganhar com isso”, adiantou João Vaz.
Na fase inicial do projeto, serão distribuídos 50 compostores domésticos às famílias que se mostrarem interessadas – e que podem fazê-lo contactando a autarquia, através do e-mail bio.residuos@cm-vagos.pt. No mesmo “pack”, é entregue um pequeno balde, de auxílio a quem está nas cozinhas, para que os resíduos sejam ali depositados, primeiro, antes de serem acomodados no equipamento de maiores dimensões – que deverá estar no exterior da habitação. Mas, de acordo com Susana Gravato, vereadora do município, “toda a comunidade, mesmo que não viva no centro da vila, pode inscrever-se para mostrar disponibilidade em participar”. “Até porque o objetivo, depois, será alargar a iniciativa a todas as freguesias. E, para já, se não chegarmos a 50 famílias do centro, podemos chegar àquelas que se candidatarem”, sublinhou Susana Gravato.
Compostores comunitários
Silvério Regalado, presidente da Câmara, frisou que “o objetivo do projeto-piloto é preparar o município para o futuro”. Por isso, além das 50 famílias, o município está a convidar todos os munícipes a beneficiarem dos compostores comunitários que já foram instalados no espaço público – atrás da Junta de Freguesia, nos prédios atrás do Pingo Doce e no aglomerado habitacional situado atrás da Repsol.
Ao mesmo tempo, está a ser feita sensibilização para a compostagem, porta a porta, houve capacitação dos funcionários municipais, para que saibam tratar os resíduos, e vão ser feitas sessões de esclarecimento sobre o processo de compostagem, presencialmente e em formato online.
“Está também nas nossas mãos melhorarmos os nossos comportamentos e tornarmos este lugar num sítio mais agradável para vivermos”, referiu, ainda, Silvério Regalado, como forma de apelo à participação dos munícipes no programa “Vagos+Composto”.
S.F.