EFEMÉRIDE
INAUGURAÇÃO. O distrito de Aveiro estava na agenda do então Primeiro-Ministro, Aníbal Cavaco Silva. Dois dias intensos, com comitiva reforçada, de atividades e inaugurações, que arrancaram em Espinho, estendendo-se por Santa Maria da Feira, Ovar, Estarreja e Aveiro. Almoçando na Costa Nova, Cavaco Silva visitou o porto de Aveiro, no forte da Barra, estaria ainda com os jovens, em Aveiro, para inaugurar o Centro Inforjovem, tendo depois assistido à largada de paraquedistas e visitado a Feira de Março. Ao final da tarde, então na qualidade de presidente do PSD, rumaria a Viseu onde se avistou com quadros e militantes do partido.
O segundo dia foi dedicado aos municípios de Ílhavo, Vagos, Oliveira do Bairro e Mealhada, onde almoçou. Militante confesso das porcelanas da Vista Alegre, o Primeiro-Ministro presidiu, em Ílhavo, à sessão solene evocativa da elevação do município a cidade. No final da cerimónia foi-lhe oferecida uma peça inédita, da fábrica de porcelana, da autoria do pintor vaguense Armando Pimentel.
Em Vagos, onde inaugurou os novos Correios, Cavaco Silva chegou atrasado e demorou- se pouco tempo, mas foi recebido com foguetes. Acompanhado pelo Governador Civil, Gilberto Madail, recebeu cumprimentos do Presidente da Câmara, João Rocha, vereadores, e demais entidades. Saudado por centenas de populares, teve honras de Estado, prestadas pelos Bombeiros Voluntários, na presença da Banda Vaguense e Grupo Folclórico de Santo António.
A nova infraestrutura, benzida pelo Pe. Teixeira das Neves, arcipreste de Vagos, tinha custado cerca de 40 mil contos. Um esforço de investimento que era «garantia de que os Correios acompanham a evolução das necessidades da população de Vagos», disse o presidente da administração dos CTT, Silva Marques. À margem da inauguração, João Rocha diria, aos órgãos de comunicação social, que se sentia «particularmente feliz» pela presença do Primeiro-Ministro em Vagos. «É um momento alto na vida do concelho», referiu, fazendo notar que «o povo estava todo em festa».
MEMÓRIA. Implantados no centro da Vila há mais de um século, numa casa particular junto à Igreja, os Correios de Vagos viriam a ser alojados, posteriormente, na década de 30, em edifício próprio. Reconstruídos em 1991, deram lugar a novas e modernas instalações, em resposta à “dinâmica do desenvolvimento que se fazia sentir”, na Vila e arredores.
Recorde-se que, aquando da inauguração, a nova Estação abriu ao público com dez trabalhadores, seis dos quais afetos ao centro de distribuição postal. Dispunha de três balcões de atendimento, duas cabines telefónicas e cento e cinquenta apartados – uma área total de 261 m2, dos quais 45 m2 destinados à sala de público e 80 m2 ao Centro de Distribuição Postal (CDP). Segundo dados disponibilizados, o Centro distribuía cerca de 110 mil objetos postais, e efetuava a recolha e encaminhamento, para todo o país, de 30 mil. Servindo uma população a rondar os 30 mil habitantes (vila e freguesias), a distribuição domiciliária era apoiada por seis giros.
Eduardo Jaques