EFEMÉRIDE
A ARTE DE BAILAR. Aberto a jovens de todas as idades, o II Concurso de Dança aconteceu a 22 de dezembro de 1979. Da responsabilidade da Casa do Povo de Vagos, foi organizado por uma comissão, expressamente nomeada para o efeito, e decorreu no pavilhão gimnodesportivo. Registo para a presença de 15 concorrentes individuais e 5 pares, tendo o evento começado em polémica, devido à chegada tardia de um membro do júri – justamente o representante do jornal Comércio do Porto. Marcado para as nove da noite, apenas viria a ter início cerca de uma hora e meia depois, o que terá gerado protestos, por parte do muito público, que abarrotava o velho pavilhão.
Dois temas obrigatórios para começo, “Burnin” de Carol Douglas, e “Makin´it” de David Naughton, acabaram por dar ao Júri indicações precisas, nomeadamente quanto à criatividade e nível das atuações. Na categoria “individual”, apenas três dos concorrentes obtiveram pontuação acima dos 20 pontos; o tema livre viria a não revelar grandes novidades, tendo a vitória final sorrido facilmente ao concorrente número cinco.
Quanto à categoria “pares”, foi notório o desnível artístico: à pobreza criativa no único par representante de Vagos, viria a juntar-se a falta de harmonia e sincronização de dois outros pares. Terá sobrado a elegância e a naturalidade do par de Ílhavo (digno vencedor da primeira edição do certame); e também a juventude irreverente e originalidade do par oriundo do vizinho concelho de Mira.
Porventura difícil (eram duas e meia da madrugada e ainda não era conhecida a decisão do Júri), que não se terá deixado influenciar pelo grupo de apoio, que os jovens estudantes de Mira trouxeram consigo. A sentença dos jurados foi perentória, com o par ilhavense, irradiando perfeito à-vontade e segurança, a conseguir, no tema livre, a esperada vitória final.
MUITA PARRA, POUCA UVA. Como dira, em jeito de comentário, ao semanário Jornal de Aveiro, um velho residente natural de Vagos: apaixonado pela arte da dança, confessava que, afinal, terá sido “mais o barulho que a habilidade”. Fizeram parte do Júri: pela Casa do Povo João Carlos Jorge; pela organização Olga Jorge, António Sérgio Pinho e Helena Resende; e pela imprensa António Genrinho.
Para a história do concurso, aqui ficam as classificações: Individuais – 1º Júlio Manuel Rocha (58 pontos); 2º Pedro José Lacerda (45); 3º Hélder Manuel Senos (41); 4º Ulisses Paulo Tavares Neves (36); 5º Júlio Matias Bernardes (35). Classificaram-se mais 10 concorrentes. Pares – 1º Pedro José Castro Lacerda/Anabela Leitão Ferreira (57 pontos); 2º José Ferreira Rocha/Rosa Cecília Santos Rocha (51); 3º José Manuel Oliveira/Maria Rosário Matos (30): 4º Eduardo Carvalho/Helena Carvalho (29); 5º Fausto José Almeida/Maria Fátima Valentim (28).
Eduardo Jaques