DESPORTO

O FUTEBOL – no País e em Vagos: uma reflexão

Football player shooting the ball on football field

Em Portugal-1ª modalidade

Portugal tem, presentemente, 690 mil atletas federados em todas as modalidades desportivas e, destes, 197600 (quase 30%) estão inscritos na Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Relativamente a 2019/20 (ou seja, antes da pandemia), regista-se uma notável recuperação: eram 700 mil federados em todas as modalidades e 196.500 só em Futebol.
Destes dados conclui-se ser – de longe – a FPF a maior Federação do País, pretendendo ter 400 mil praticantes federados em 2030, ou seja, o dobro dos atuais – e este objetivo parece-nos perfeitamente atingível, com as atuais dinâmicas. São números efetivamente impressionantes e, embora o tema a desenvolver hoje seja outro, não poderemos deixar de referir o efeito negativo de “eucaliptização” doutras modalidades (o Futebol, à semelhança do eucalipto, “seca” as restantes modalidades, retirando-lhes praticantes).

O Futebol em Vagos
Com dados de 2019/20, ou seja, antes da pandemia, havia em Vagos 1170 atletas federados em 10 modalidades, sendo 700 (60%) praticantes de Futebol (Futebol de 11 e Futsal), distribuídos por 8 clubes, de acordo com o quadro 1.

Com base nos dados da Associação de Futebol de Aveiro (AFA) -https://afaveiro.fpf.pt, decidimos elaborar um estudo dos escalões etários dos praticantes, obtidos através das equipas inscritas pelos 6 clubes com Futebol de 11 (de Sub-15 em diante, referem-se as divisões).

Existem 3 clubes “maiores”, ou seja, com mais equipas (Juve Force, GD Calvão e FC Vaguense) e os restantes com menor dimensão, em atletas e em nº. de equipas. Há, portanto, 36 equipas em todos os escalões e interessará analisar a distribuição das equipas por escalões etários.

Apreciação e comentários
Sem levar em consideração fatores não analisados e mesmo desconhecidos, como a organização interna de cada clube, diremos que manter em atividade 36 equipas e cerca de 700 praticantes, é revelador de uma capacidade de organização já muito apreciável.
O Futebol é uma modalidade desportiva dispendiosa: equipas numerosas e taxas de inscrição associativas muito elevadas, exigindo uma estrutura financeira com alguma solidez.
O nível competitivo não é especialmente elevado em nenhum escalão, sendo considerado um nível mediano nos escalões sub-15 e superiores, raramente se estando na divisão superior.
De facto, o Futebol é uma modalidade extremamente competitiva, quer pelo elevado número de atletas (e de equipas), quer pelos elevados valores que movimenta (poucas equipas seniores deverão ter orçamentos inferiores a 20/25 mil euros).
Levanta-se, por fim, uma questão: será que o concelho de Vagos suporta 5 equipas no escalão de seniores e todas elas a competir em divisões secundárias (nenhuma no campeonato Sabseg, o topo, que conta com as 20 melhores equipas)? E será que Vagos não comporta uma equipa num Campeonato Nacional? Tendo em consideração os elevados custos destas equipas seniores, não seria melhor opção ter uma ou duas equipas mais competitivas (e, em consequência, mais “apetrechadas” e mais caras?
Não seria boa opção todos os clubes desenvolverem escalões de formação e, a partir dos sub-19, concentrarem os recursos, que são cada vez mais escassos?
Bem sabemos que exemplos tentados, não resultaram: na Madeira, fundir a competição profissional do Marítimo, do Nacional e do União numa única SAD, nem sequer avançou, por falta de apoio popular; em Aveiro, fundir a competição profissional de Basquetebol do Esgueira, Beira Mar e Galitos no Aveiro Basket, falhou ao fim de 5 ou 6 anos, sem resultados desportivos, nem financeiros. Mas será que falha sempre? Será uma inevitabilidade?
Aqui fica a reflexão possível…

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