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Mundial de Futebol 2030: o impacto financeiro para Portugal

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Há cerca de um ano (mais precisamente em dezembro de 2023), escrevi neste jornal uma breve crónica sobre a atribuição a Portugal da co-organização do Mundial de 2030, analisando os impactos positivos que esse evento traria para o País. Apesar da grande distância temporal impedir quantificações exatas, vimos que os benefícios se enquadravam em 5 eixos de valorização: i) aumento da notoriedade turística (promoção da imagem do país como destino turístico); ii) impulso à economia local (acréscimo de receitas em diversos setores, geradoras de receitas fiscais e de criação de postos de trabalho); iii) imagem positiva do país (imagem atrativa, dada pela cobertura mediática à escala global); iv) benefício de infraestruturas (benefícios em estradas, hospitais, aeroportos, transportes, alojamentos, etc) e v) patriotismo e orgulho nacional (com melhoria da nossa autoestima, enquanto nação).
Hoje, após a confirmação definitiva pela FIFA dessa nomeação (na altura era apenas provisória), podemos já quantificar o impacto financeiro para Portugal, embora dependendo do número de jogos que decorrerão em Portugal (mínimo de 18 jogos, 6 em cada estádio-Dragão, Luz e Alvalade).
Servindo-nos do estudo da Consultora PwC que avaliou o impacto como um todo, nos 3 países organizadores (Espanha, Portugal e Marrocos), poder-se-á dizer que por cada euro investido na organização, haverá um retorno de 8,5 euros.
O impacto financeiro
Mas vamos a indicadores concretos desse estudo prospetivo: impacto no PIB português de 800 milhões de euros; criação de 20 mil postos de trabalho diretos, entrada de 300 a 500 mil visitantes estrangeiros, que gastarão entre 500 e 660 milhões de euros em comércio, produtos e serviços locais. Para além destes dados quantitativos o estudo da PwC aponta ainda os benefícios intangíveis, nomeadamente “o legado duradouro na marca Portugal, no turismo, na qualidade de emprego, na coesão social, na saúde das pessoas e nas relações internacionais do país”.
Também o primeiro-ministro de Portugal se referiu ao impacto económico desse evento com um acréscimo de 859 milhões no PIB, impostos gerados entre 312 e 394 milhões de euros, um acréscimo de 2,3% nas receitas habituais no turismo e entre 18 e 23 mil postos de trabalho criados. Ou seja, números muito semelhantes ao estudo da PwC.
Para além do impacto financeiro, há o impacto desportivo, ou seja, a capacidade do evento influenciar em Portugal a prática do Futebol e do desporto em geral. Em 2024, existiram 242.973 atletas inscritos na Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o maior número de todos os tempos, contando a FPT atingir o número de 400 mil, no final desta década, contando, evidentemente, com a contribuição do Mundial de 2030.
Ainda há, portanto, notícias boas em Portugal, mas vamos esperar pela sua confirmação.
Paulo Branco

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