Cantinho de João Ferreira
No dia 24 do passado agosto, o credenciado jornal Diário de Aveiro dizia que no dia 7 de setembro iria ser apresentado pelas 16 horas o novo livro: “Mosteiro de Lorvão – nossas terras: nossos avós”, da autoria de Armor Pires Mota. Ora acontece que neste artigo do Diário de Aveiro, onde se citavam vários títulos do referido autor, ficou em falha pelo menos um, o qual me foi ofertado e autografado pelo próprio Armor. Mais curioso ainda, é que ainda possuo o dito exemplar do livro, e assim a capa deste fará a imagem do artigo.
Na ficha técnica do exemplar pode ler-se que o autor é Armor Pires Mota, que a capa foi editada por Reinaldo Ferro e que é uma edição da Associação dos Bombeiros Voluntários de Vagos, com uma tiragem de 2000 exemplares, datada de dezembro de 2003. Com a fotocomposição e paginação das duas colaboradoras do Jornal da Bairrada: Maria Abreu e Carla Martins Nunes, o livro foi executado graficamente pela “Artipol – Artes Tipográficas, Lda.”.
Num breve resumo deste livro sobre os nossos tão caros Bombeiros Voluntários, que como referi na última edição deste Cantinho (agosto/setembro) celebrarão um século de existência em 2028, há uma dedicatória da Direção, bem como uma nota prévia e Duas Palavras do autor.
Durante estes 75 anos, haverá no mínimo, dois grandes acontecimentos a recordar: numa primeira parte, os bombeiros não fizeram grande sucesso, e assim tiveram de passar de Voluntários para Municipais. De seguida, já na sua forma Municipal, mudaram de direção… tenho a apontar que cheguei a trabalhar lado a lado com o Sr. José de Oliveira Fresco, não nos bombeiros, mas na Cerâmica de Vagos, enquanto ele era um dos Comandantes dos Bombeiros Municipais.
Quando foi da preparação do livro em questão, o Sr. Armor deslocou-se a minha casa, na altura em Soza, quando era eu o proprietário e diretor deste jornal que agora leem. Foi assim quase quarenta anos, mas com o inexorável passar do tempo, a minha esposa Maria Lina adoeceu, vindo a morrer uma década mais tarde. Durante este período, para não a abandonar, abandonei o jornal. Primeiramente, um senhor ofereceu-me trezentos euros pelos direitos, não tendo eu dito que sim nem que não, o próprio acabaria por se afastar deste negócio.
O que acabou por desenrolar para meu melhor proveito, graças a esta instituição que me libertou do problema que era manter um jornal sem o escrever, isto por ter de fazer no mínimo uma edição anual para manter os direitos. Mais tarde, a Santa Casa da Misericórdia de Vagos comprou-me os ditos direitos do Eco.
Voltando ao livro do Sr. Armor, cheguei a ir à casa do Sr. Ernesto Neves, um dos diretores da primeira edição deste jornal, para conseguir emprestados os documentos que datavam do início do mesmo. Sendo que o Eco de Vagos é ainda mais antigo que os próprios Bombeiros, esses exemplares da primeira edição do Jornal foram de vital importância para a feitura do livro “75 Anos – Bombeiros de Vagos”.
Na época, rareavam jornais, especialmente em Vagos a partir de 1932 quando eu nasci, pois, o Eco teve de parar 42 anos… contas feitas: o tempo da “Outra Senhora”. Sendo que em novembro tenho por intenção escrever sobre algo que quero manter em segredo, fica prometida a continuação deste assunto para dezembro.
João dos Santos Ferreira