NO CONCELHO

Populares apagaram fogos que incendiário ateou em Calvão

Incêndios que assolaram a região também ameaçaram Vagos, concelho no qual se registaram algumas ignições. Não houve danos a lamentar, mas as autoridades estiveram alerta e um homem foi apanhado em flagrante delito

A Polícia Judiciária de Aveiro (PJ), em colaboração com a GNR, deteve em flagrante delito, em Calvão, um homem de 51 anos, como sendo o presumível autor de um incêndio florestal que se registou ao início da noite de segunda-feira, 16 de setembro, dia em que parte da região de Aveiro – principalmente Albergaria-a-Velha – se encontrava a ser fustigada pelas chamas. Depois de ser apresentado em tribunal, o homem viria a ficar em prisão preventiva.
De acordo com informação prestada pela PJ, o “modus operandi” do alegado incendiário consistiu “no recurso a chama direta para iniciar o incêndio, em zona de extensa mancha florestal, constituída por pinhais”. Na mesma zona, logo a seguir, o homem terá iniciado outras duas ignições, num curto período de tempo, o que fez as autoridades policiais acreditarem que pretendia “obter um resultado mais gravoso”. O incêndio, ainda segundo a PJ, “só não atingiu grandes dimensões graças à pronta deteção e combate por populares”.
Após a detenção, os inspetores garantem que não conseguiram determinar qualquer motivação racional, ou explicação plausível, que tenha levado o indivíduo a cometer os factos de que se suspeita ser autor. O alegado incendiário acabou por ser apresentado, no dia seguinte, ao tribunal, para primeiro interrogatório judicial, onde lhe foi decretada prisão preventiva como medida de coação.
Instalada sala de crise
Devido aos incêndios que, naquela segunda-feira, assolavam a região, a Proteção Civil de Vagos fez saber que, ainda que nenhuma frente de fogo estivesse ativa, tinha sido instalada uma sala de crise no quartel dos bombeiros de Vagos. “O objetivo é planear e precaver eventuais necessidades, com a preparação de meios e estratégias”, explicou a Câmara, adiantando que também todos os presidentes das Juntas de Freguesia haviam sido alertados, de modo a ficarem prontos para qualquer eventualidade.
A noite de segunda para terça-feira acabaria por ser de algum sobressalto, com aproximadamente uma dezena de fogos a serem registados no município, ainda que todas de pequenas dimensões. A Proteção Civil esteve no terreno, com maquinaria pesada, e também houve muitos populares que se mantiveram alerta e que acabaram por conseguir travar pequenos focos de incêndio, impedindo as chamas de se propagarem.
Onda de solidariedade
Apesar de Vagos não ter sido dos municípios que mais sofreram com os fogos florestais que dizimaram parte da região de Aveiro, várias equipas dos bombeiros locais deslocaram-se para auxiliar no combate às chamas que lavraram noutros concelhos, como Aveiro, Albergaria-a-Velha e Águeda.
À semelhança do que aconteceu a outras associações humanitárias do distrito, uma onda de solidariedade inundou o quartel de Vagos. Dezenas de populares deslocaram-se ali para oferecer bebidas, alimentos e material médico aos bombeiros, além de terem feito donativos. A solidariedade para com os bombeiros atingiu uma dimensão tão grande que, na quarta-feira, a associação acabou mesmo por agradecer “todo o carinho, dedicação e esforço” da população, mas pedindo que a entrega de bens cessasse, por a corporação já estar guarnecida de tudo o que necessitava.

S.F.

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