NO CONCELHO

Homicídio de imigrante venezuelana chocou Quintã

Rafael da Silva, marido da vítima, contou às autoridades que tinha escondido o corpo num pinhal junto ao Estradão da Lomba. Ficou em prisão preventiva

Um crime de contornos passionais chocou Vagos, mais propriamente Quintã. Arelys Rojas, uma imigrante venezuelana, de 36 anos, funcionária da Grestel, terá sido assassinada em casa pelo marido, Rafael da Silva, de 46, português apesar de ter vivido a maior parte da vida na Venezuela. O cadáver da vítima só viria a ser descoberto quase uma semana após o seu desaparecimento, que havia sido comunicado às autoridades pelo próprio marido. Só quando foi detido como suspeito do crime é que Rafael da Silva confessou o que fizera, revelando aos inspetores o local onde escondera o corpo de Arelys, num pinhal junto ao Estradão da Lomba.
Ao que tudo indica, Rafael assassinou a mulher por ciúmes, por desconfiar que ela – com quem mantinha um relacionamento havia vários anos, desde os tempos em que ambos viviam na Venezuela – o traía com outro homem. Na casa onde moravam, em Quintã, ter-lhe-á desferido 13 golpes. Depois, colocou o cadáver numa carrinha e levou-o para o pinhal, onde o escondeu.
Segundo familiares que viviam de aluguer na parte de baixo da moradia de Rafael, ninguém se apercebeu da agressão mortal. E, durante algumas horas, o suspeito alegou que Arelys havia ido tomar café com uma amiga, mostrando-se depois preocupado por não ter regressado a casa. Foi aí que pediu a um familiar que se deslocasse consigo ao posto da GNR de Vagos, onde participou o desaparecimento da mulher.
Só ao fim de quase uma semana, a 22 de agosto, é que a Polícia Judiciária de Aveiro viria a deter Rafael da Silva como suspeito do homicídio de Arelys. Durante esse período, de acordo com o relato de vários populares, o homem manteve a sua vida normal, enquanto, nas redes sociais, os familiares e amigos de Arelys Rojas, na Venezuela, faziam circular dezenas de apelos para que fosse descoberto o paradeiro da imigrante. Já detido, Rafael da Silva acabaria por confessar o local onde enterrara o cadáver.

S.F.

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