Homem acusado de ter agredido a esposa em setembro do ano passado, em Soza
Um homem, de 50 anos, acusado pelo Ministério Público (MP) de, em setembro do ano passado, ter tentado matar a ex-companheira com recurso a uma forquilha, em Soza, Vagos, começou a ser julgado, na segunda-feira, 17 de junho, pelo Tribunal de Aveiro. Segundo o jornal Notícias de Aveiro, na primeira sessão de julgamento, o homem recusou, contudo, que tivesse tido intenções de tirar a vida à vítima.
“Não era para matar”, disse António, o arguido, ao coletivo de juízes, de acordo com o mesmo site noticioso. O homem, serralheiro de profissão e atualmente divorciado, está acusado de quatro crimes de violência doméstica – perante quatro filhos menores – e de mais um crime de violência doméstica e outro de homicídio qualificado, na forma tentada, cometidos contra a ex-companheira.
Segundo a acusação do MP, citada pelo Notícias de Aveiro, António ficou proibido de contactar a mulher na sequência de vários conflitos familiares e de um processo de violência doméstica. Ainda assim, munido de uma forquilha, terá ido no encalço da ex-companheira, maltratando-a verbalmente com insultos e ameaças de morte. Quando a conseguiu alcançar, desferiu-lhe golpes no corpo com a forquilha, incluindo na cabeça, com a vítima já no chão sem oferecer resistência.
“Eu não fui ter com ela, há coisas que inventaram. Estava à espera que ela chegasse a casa, eram seis e não cinco da manhã como dizem. Mandei-lhe com o cabo num ombro, não com os dentes da forquilha. Ela caiu no chão e rebolou, não lhe dei mais. Fui-me embora”, garantiu o arguido em tribunal, citado pelo site de notícias. Ao que tudo indica, o homem terá procurado a ex-companheira, nesse dia, depois de ter sido informado pelo seu advogado de que haveria novas queixas de violência doméstica. “Tinha a forquilha, mas não era para fazer nada. Não era para a matar. Ela tinha-me levantado um processo, achei que estava a virar as crianças contra mim, tive medo de perder os meus meninos. Esteva desesperado, não sei como fiz aquilo”, cita, ainda, o jornal.
A primeira sessão de julgamento contou, ainda, com um filho do arguido, maior de idade, que usou do direito de não prestar declarações, por ser familiar. O tribunal ouviu, também, um irmão de António, que recordou que o irmão “andava em estado depressivo”, com receio de perder os filhos e a casa, por haver novas queixas de violência doméstica contra si.
S.F.