NO CONCELHO

Duarte Filho da Mãe, um poeta vaguense de “pura inspiração momentânea”

Miguel Duarte Gonçalves, natural de Vagos mas a viver no Luxemburgo, acaba de lançar o seu primeiro livro, “Sangue Derramado”

Duarte Filho da Mãe é o pseudónimo de Miguel Duarte Gonçalves, um vaguense atualmente emigrado no Luxemburgo que acaba de lançar o seu primeiro livro, “Sangue Derramado”. Trata-se de uma coletânea de poemas e de “haikus” – uma forma curta de poesia japonesa –, que, nas palavras do autor, são o somatório da sua experiência nas forças armadas portuguesas. A obra, publicada pela editora Cordel de Prata, teve a sua apresentação no passado dia 8 de junho, no bar 10 Ilusões, em Vagos.
“Os traumas, os lutos e o sangue acabam derramados nas próprias páginas deste livro”, conta ao Eco de Vagos Miguel Duarte, de 28 anos, licenciado em Linguística Latina e mestre em Estudos Editoriais, ainda que atualmente a trabalhar no estrangeiro numa empresa de pneus, onde trata da logística interna e externa da mesma. “Coisa que nada inspira confiança nos bares artísticos que frequento”, brinca o autor.
Segundo Miguel Duarte, “entre poesia prosada e muito sofrimento”, quem ler o livro “depara-se com um desejo de empatia pelo próximo, de respeito por culturas diferentes e uma obrigatoriedade do utópico término bélico”. “A imaturidade e a inocência de quem quer mudar o mundo sem qualquer tipo de ferramentas gravita entre poemas”, confessa o autor, a quem os leitores já disseram que “Sangue Derramado” os levou “a uma reflexão sobre o mundo em que vivemos”.
Já com um segundo livro em fase de revisão, a poesia vai continuar a estar no centro da obra de Duarte Filho da Mãe. É “sem dúvida” o estilo literário com que mais se identifica enquanto autor, “pelo simples facto de o mesmo não ter qualquer brio com o seu trabalho artístico”. Afinal, “tudo o escreve é pura inspiração momentânea”, assegura o poeta. “Se não houver um bloco de notas ou um telemóvel por perto, a ideia desvanece.se em uísque”, conclui.
O segundo livro, segundo o autor, vai mostrar “uma perspetiva mais positiva e madura” de Duarte Filho da Mãe. “Tem em comum com o primeiro, de muitos, somente e felizmente o espaço branco, onde o leitor pode navegar e refletir sobre as suas vivências. Assim o espero, pelo menos”, conclui.
S.F.

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