ECO DA SANTA CASA

“Eletrificaremos” toda a nossa vida?

Energy saving light bulb

Tem a Palavra a Mesa
Aquilo que temos feito desde há largas décadas a esta parte, baseando toda a nossa vida, nomeadamente no que diz respeito à mobilidade, em produtos derivados de petróleo, tem necessariamente um fim a muito curto prazo, mais que não seja pela escassez desta matéria prima. É verdade que quando era rapaz novo as previsões apontavam para que as reservas de petróleo estivessem esgotadas por volta de 2030 ou pouco mais. Pela descoberta de novas jazidas e pela evolução dos métodos de exploração sabe-se agora que teremos petróleo ainda por muitos anos, mas será que é de todo avisado que as exploremos até ao seu completo esgotamento? Pois é, isto não é renovável, aquilo que nós exploramos agora de uma forma tão ávida demorou milhões de anos a formar-se e nós estamos a usá-lo em míseras décadas, ou seja, estamos rápida e egoisticamente a consumir aquilo que demorou muito tempo a produzir-se. Antes que esta dinâmica de consumo sucumbisse pelo puro e simples esgotamento da fonte, a biosfera encarregou-se de nos avisar no sentido de que isto não é um “fartar vilanagem” e de que não podemos literalmente queimar em décadas aquilo que levou milhões de anos a acumular, desequilibrando todo um ecossistema no qual estamos inseridos.
As alternativas que hoje se apresentam passam praticamente todas pelo uso de hidrogénio e/ou pelo uso de acumuladores elétricos (baterias). A tecnologia do hidrogénio ainda tem algum caminho a percorrer para se tornar viável e se é verdade que sob o ponto de vista ecológico a química das baterias é ela própria foco de muita controvérsia, também é verdade que se está a verificar uma enorme evolução nesta área fazendo prever maiores autonomias, menores pesos e menores tempos de carregamento, fatores fundamentais no campo da mobilidade. Fora do campo da mobilidade, também na indústria estamos a começar a usar acumuladores elétricos para criar autonomia energética, caminhando para o uso exclusivo de energia renovável. Renovável, é esse o fator chave para um futuro sustentável.

Fernando Morgado
Mesário da SCMV

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