NO CONCELHO

O mês foi de visitas abertas aos moinhos… e não só

Dia Nacional do Moinho comemorou-se a 7 de abril, mas em Vagos houve atividades ao longo de vários dias

A broa de milho saiu do forno, os rojões saltaram do lume para o prato, a mesa bem comprida foi posta, para receber os convidados, e o quotidiano de outrora de uma casa gandaresa ficou, por umas horas, mais perto de voltar a ser real. Foi dessa forma que a experiência “Tradições à Mesa da Casa Gandaresa” marcou o passado dia 13. A atividade inseriu-se na programação do Dia Nacional do Moinho – que se celebra, anualmente, a 7 de abril – e encheu Vagos de um vasto de leque de iniciativas, ao longo de todo o mês, dedicadas ao património molinológico.
O pátio da casa gandaresa foi o ponto de reunião dos participantes da atividade, num dia em que também puderam conhecer de perto um moinho de vento gandarês, um dos únicos exemplares ainda em funcionamento no distrito de Aveiro. O Grupo de Folclore de Santo António, por seu turno, ficou a cargo da animação, levando a cabo recriações teatrais em algumas divisões da casa.
No que à gastronomia diz respeito, coube aos participantes escolherem o que queriam aprender a fazer. Desde a broa de milho, passando pelas papas de abóbora e pelos rojões, tudo foi confecionado à moda antiga, para um almoço que reuniu todos os participantes em duas longas mesas, colocadas no pátio da casa. Aletria e arroz doce foram as sobremesas que adoçaram as bocas presentes, a acompanharem o final da refeição com um café de borras feito no borralho, ao lume.
A iniciativa teve muita adesão, à semelhança das restantes – realizadas em três dias distintos – que integravam o programa do Dia Nacional dos Moinhos. E levar os visitantes a experienciar as vivências e as tradições de outrora foi o foco de todas elas. As atividades foram promovidas, em conjunto, pela Câmara, com as juntas de freguesia de Ouca e Soza, o Grupo Folclórico de Santo António de Vagos, a Confraria Sabores da Abóbora, a associação Pro-Boco e os proprietários dos moinhos e azenhas do concelho. E até foi possível, no dia de Pascoela do Boco, participar na visita pascal. “Venha beijar a cruz nas azenhas” foi o convite que levou mais de uma dezena de pessoas a participar.
A par do programa, juntaram-se à iniciativa nacional “Moinhos Abertos” a Azenha Barreto, a Azenha Ti Luísa, o Moinho e Azenha de Ouca, os moinhos giratórios de vento Ti Pascoal e de Santo António de Vagos. Nesse sentido, todas essas estruturas estiveram abertas para visitas, gratuitamente, durante os dias em que houve atividades. Não faltaram visitantes nem memórias criadas, para mais tarde recordar.

S.F.

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