Na infância, a tendência lúdica surge como dominante. A cantar, a pintar ou a mimar, a criança exprime-se pelo jogo. Desde bebé que brinca com os dedos, depois imita os adultos, usa uma espada de cartão para lutar contra os piratas ou dá banho à sua “filhinha”. Tudo na criança é um jogo e ajuda a explorar os seus sonhos, a dar vida aos seus super-heróis que vivem dentro de si.
Cabe ao educador criar “espaço” para que a sua imaginação, o seu “faz de conta” se desenvolva de forma saudável. E nada melhor do que o jogo dramático.
O jogo dramático não é teatro. O teatro, normalmente, parte de um texto para ser representado. O jogo dramático não impõe barreiras à criatividade individual. Pelo contrário, dá a hipótese à criança de encontrar o seu processo de criação dramática sem que haja “submissão” às ideias do autor. Aqui a criança pode explorar o seu potencial sem receio das críticas da representação em público.
Nas idades mais novas, a expressão dramática é um excelente veículo para o desenvolvimento global da criança (a nível motor, cognitivo, sensorial e afetivo).
Ao educador compete-lhe apresentar sugestões que ajudem a enriquecer o mundo do “faz de conta”. Compete-lhe ajudar a criança a sonhar, pois já diz o poeta que «o sonho comanda a vida».
Ana Sofia Silva
(professora do 1.º CEB e professora na Escola de Teatro Ribalta)