EFEMÉRIDE
FOI A 25 DE MAIO DE 1985. Integrada nas festas da Vila, a inauguração do novo quartel da Guarda Nacional Republicana (GNR) contou com a presença do então Ministro da Administração Interna. Eduardo Pereira, que tomara posse 9 de junho de 1983, na sequência do governo chefiado por Mário Soares, composto por uma coligação pós-eleitoral entre o Partido Socialista e o Partido Social-Democrata, tinha à sua espera o Governador Civil de Aveiro, Gilberto Madail, e o coronel Pereira Monteiro, comandante do Batalhão 5 da GNR de Coimbra, em representação do comandante-geral da instituição,
Na sessão de boas-vindas, que decorreu no salão nobre da câmara, Alda Victor seria a primeira a usar da palavra, para confirmar que “muito se tem feito no concelho”, nos últimos nove anos. Considerando que “vale sempre a pena lutar pelo bem-estar do povo”, a presidente da câmara reconheceu, contudo, que “ainda há muito mais a fazer”. E acrescentou, dirigindo-se ao ministro, que “Vagos só agora está na fase das infraestruturas”. Na sua intervenção, o Governador Civil diria que o concelho de Vagos “merece todo o apoio, dadas as capacidades evidenciadas pelo executivo”, mas também “quanto mais não fosse, pelo leite que produz para abastecer Lisboa”.
Para Eduardo Pereira, que começou por desmentir as insinuações, veiculadas por “alguma im¬prensa”, de que os fundos europeus de pré-adesão se destinavam apenas a certos municípios. O desenvolvimento regional deve “passar antes pelo campo, e só mais tarde pelas cidades”, assinalou. Focando o caso do concelho de Vagos que, conforme referiu, “luta com grandes dificuldades e falta de desenvolvimento”, o ministro diria, a propósito, que o 25 de Abril “entende-se como tendo sido feito para dar mais e melhor às pessoas que, como as de Vagos, têm pouco”.
NOTA NEGATIVA. Antes de inaugurar as instalações da GNR – um edifício sóbrio, com rés-do-chão e primeiro andar, localizado na Praça da República em terreno cedido pela autarquia -, o Ministro da Administração Interna teve oportunidade de verificar as instalações precárias da Repartição de Finanças, que funcionava numa dependência do edifício da câmara. Visitou também o quartel-sede dos Bombeiros Voluntários, em fase de acabamento, e, por último deslocou-se ao Parque de Campismo da Vagueira, que tinha sido inaugurado há cerca de um ano.
Uma nota negativa foi deixada por Alda Victor, na cerimónia da Praça da República. Pretendia acompanhar, contrariando o protocolo, o ministro Eduardo Pereira, quando este passava revista à guarda de honra da GNR, tendo sido impedida pelo oficial de serviço daquela força policial.
Adjudicada mediante concurso público, aberto pelo município a 11 de novembro de 1983 (concorreram 18 empresas, duas de Vagos), a obra foi entregue à Construvenda, com sede em Verdemilho, que apresentou uma proposta no valor de 12.239.489$30, quando a base de licitação era de 15.950 contos. O quartel demorou um ano a construir, e custou cerca de 18 mil contos, tendo a autarquia contribuído com oito mil. O ministério suportou o remanescente.
Eduardo Jaques