OPINIÃO

Sobre o Livro “A PRINCESA SANTA JOANA E A SUA ÉPOCA (1452-1490)”

O Cantinho de João Ferreira

Realizaram-se recentemente, no mês de maio, sendo o dia maior o 12, dia de Santa Joana, Padroeira de Aveiro, festas em sua honra, das quais falaremos neste artigo de julho. Venho nesse propósito, falar do livro “A PRINCESA SANTA JOANA E A SUA ÉPOCA (1452-1490)”, como prometido no número anterior deste periódico. No referido livro, do qual comprei um exemplar da segunda edição ao próprio autor, Monsenhor João Gonçalves Gaspar. O mesmo teve a gentileza de mo autografar com as seguintes palavras: “A João dos Santos Ferreira para recordar um grande aveirense o autor João Gonçalves Gaspar 22/03/2001”.
Ora no livro vem, não só “A vida da Princesa Santa Joana e a sua época” como também as de pessoas e aspetos importantes dessa altura. As duas edições deste tomo, foram patrocinadas pela Câmara Municipal de Aveiro e, na segunda, tem a seguinte dedicatória: “aos aveirenses, especialmente aos jovens para quem a vida da princesa santa joana constitui um exemplo entre o imperativo de consciência e os vãos atrativos do mundo”, e na mesma página, ao fundo, a epígrafe: “Pertence ao mosteiro de Jesus de Aveiro a Princesa Dona Joana, como qualquer filha de profissão d’elle; porque ainda que não se chegou a professar solenemente, impedida primeiro por seu Pai, e irmão, e por todo o Reino: e depois por escrúpulo próprio de se ver cercada de muitas enfermidades; com tudo em seu ânimo, e obras, foi verdadeira Religiosa” por Frei Luís de Sousa em “História de S. Domingos, II, V, I”.
O primeiro capítulo por título “AMBIENTE DE GRANDEZA E MISÉRIAS” principia com uma imagem do “aspeto de Aveiro com as muralhas” e se mantém tão atual, com incipits como “UMA VIRAGEM NA HISTÓRIA”, “CEUTA, TÂNGER E O CATIVEIRO DE D. FERNANDO”, “REGÊNCIA Do INFANTE D. PEDRO” e etc. No segundo capítulo, de nome “CRIANÇA, ADOLESCENTE E JOVEM”, debatem-se temas como “CASAMENTOS DE INFANTAS”, “O FALECIMENTO DA RAINHA E OS PRIMEIRO ANOS DE D. JOANA” e d’ “O AFRICANO”, rei D. Afonso V, pai dos príncipes Joana e João, bem com de um outro que morreu bastante jovem.
De maneira a não revelar demasiado do livro, debruçar-me-ei apenas sobre o “PRIMEIRO PROJETO DE CASAMENTO”, onde se explana que a mesma nunca se quis casar. Ainda que a família real e D. Afonso V a quisessem casada pela verde de 8 anos, a princesa Joana recusou. A vida da Princesa e Padroeira Santa Joana, como descrita na epígrafe, foi bastante atribulada, uma vez que se encontrou em vários mosteiros, por exemplo, o de Odivelas, o de Coimbra, e por último o de Aveiro, onde, em 1490, viria a falecer. Ora a princesa Santa, era imensamente humilde, pois de contrário teria sido rainha, cargo do qual abdicou em favor de seu irmão João, que nesse volte-face se tornou: D. João II, o Príncipe Perfeito.
Faço a ressalva de que conheço bem a cidade de Aveiro, e o próprio mosteiro de Santa Joana, bem como o museu, isto porque na minha atividade de pintor de construção, trabalhei para dois conceituados já falecidos mestres, Sr. João Moreira e Mário Sindão. Tendo já neste jornal versado sobre este tema histórico e não me querendo alongar muito mais, deixo já em aberto que para agosto, falaremos eu e o meu neto Tiago, sobre os cinemas vaguenses ao longo do que conheci por largas décadas, fica a promessa também, de uma calorosa história de como um neto pode salvar a vida ao seu avô no mais improvável dos acasos.

João dos Santos Ferreira

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