NOTAS…SOLTAS
BANDA VAGUENSE FILARMÓNICA VAGUENSE 1860 – 2023: 163 anos de Música, por Vagos
Para relembrar as origens da constituição das Bandas Filarmónicas no mundo, voltamos a recorrer ao trabalho de investigação da autoria de Delmar Domingos de Carvalho, passado a escrita com o título “Ensaio sobre a História das Bandas Filarmónicas – Artigos Meloteca 2009”:
“”Como a Harmonia é uma das componentes da Música e como ela está relacionada com o plano cósmico, com a Vida, o Amor, daí essa expressão profundamente sábia de Santo Isidoro de Sevilha: “A Música (o Verbo) é a Criadora de tudo quanto existe”. Por isso, concluímos que estas associações encerram o amor à Harmonia, à Vida, logo: “amar a Música é amar a Vida em todas as suas formas.”
AS FILARMÓNICAS: Com uma origem algo remota, as Filarmónicas são Sociedades Musicais com carácter mais civil; enquanto as Bandas, com expressão militar. Só que tudo evolui; e ou há evolução ou haverá revolução. No caso, as Filarmónicas civis têm evoluído na maioria dos países, atingindo níveis que leva muitos a considerá-las como Orquestras Sinfónicas…
Se, no passado, elas serviram para democratizar a arte, cumprindo uma nobre função social, cada vez mais elas são meios dinamizadores culturais com funções socioeconómicas de grande valor que urge saber aproveitar e incentivar. Foi com a criação destas coletividades que várias indústrias receberam fortes impulsos, designadamente as ligadas à construção dos instrumentos musicais, desde as artesanais até às restantes, gerando-se uma verdadeira indústria musical, impulsionada pela nova burguesia.
Por toda a parte estas associações estão numa fase de grande revitalização, os jovens de ambos os sexos aderem com entusiasmo e cada vez é maior o nível cultural dos seus membros.
Em França, por exemplo, como noutros países, os jovens que fazem parte destas associações frequentam os Conservatórios ou as Academias de Música Regionais, ou são estudantes desde o ensino básico ao universitário; nos menos jovens existem as mais variadas profissões desde liberais até artesãos…
… Face ao valor das bandas atuais, face às funções tão importantes em diversas áreas, ao longo de dois séculos, são merecedoras de toda a nossa gratidão, de todos os apoios das diversas entidades públicas e privadas. É hora da sua real dignificação. É hora de todo o mundo saber dar-lhes o devido valor. É hora de serem elas a preencherem os programas das festas religiosas e profanas, para bem da criação de um mundo melhor, especialmente para os jovens. Para vós, jovens e não só, saibam ouvir e praticar boas músicas, as que realmente irradiam melodia, harmonia e ritmo. Evitem as que são fontes de poluição sonora, com todos os seus nefastos efeitos…
.… Ao compararmos os programas das atuações das bandas no momento presente com os de há um século ou mais, vemos que os seus níveis subiram a um ponto em que as diferenças entre as profissionais e as amadoras se esbateram. Isso contribuirá para o aumento da cultura das pessoas e para o seu bem-estar real, na medida em que a música é a arte que mais benefícios produz na saúde e contribui para a libertação de cada qual…
…A Lira, símbolo da Música, do Amor, da Luz, da Harmonia e da Paz, usada nos fardamentos dos músicos das Bandas Filarmónicas, numa simbiose com a rainha das flores, a rosa, símbolo mítico e místico, da Fraternidade, da Beleza, da Liberdade, do Amor.
-Enquanto as armas pendiam ociosas na panóplia, era bem que ressoasse a LIRA mais frequente e inspirada- “”
Votos de muitas “Notas…Soltas” nas nossas vidas.
José A. Almeida