A origem
A Associação Desportiva de Vagos (ADV) foi criada por escritura pública realizada em 28 de junho de 1994, na sequência da construção do Pavilhão Municipal (inaugurado em finais de 1993) e foi incentivada pela Câmara Municipal, que pretendia que existisse um clube desportivo que garantisse a sua utilização regular.
Optou-se pelo Basquetebol como modalidade principal, em grande parte por influência do Prof. Orlando Simões, Técnico Superior do Instituto do Desporto e Treinador de Basquetebol e que, na altura, prestava colaboração à Câmara Municipal de Vagos (CMV). O Basquetebol tinha muito pouca expressão no concelho de Vagos, onde apenas existia um núcleo de prática popular infantil, sem enquadramento de clube, que treinava no Pavilhão da Casa do Povo, já demolido.
A sede da ADV sempre foi no Pavilhão Municipal e Eurico Freitas foi o primeiro Presidente da Direção, cargo que exerceria até 2000 e que abandonaria num contexto de crise, onde a solução que se apresentava como a mais viável era a extinção do clube. É nesta situação que um grupo de pais de atletas assumiu os destinos da associação, entre os quais Mário Luís Rocha, que se mantém como Presidente da Direção até ao presente.
Os objetivos
O clube tinha reduzida expressão competitiva no Basquetebol e o(a)s atletas com maior potencial abandonavam-no à primeira oportunidade, “emigrando” para clubes próximos de maior dimensão e organização (casos do Illiabum, Esgueira, Beira-Mar, Galitos, Gafanha), ou para outras modalidades (designadamente o Futebol).
Estes factos levaram à criação da equipa sénior que “absorvesse” os principais atletas da formação e que essa equipa fosse competitiva e atrativa, para que fixasse os jovens talentos, passando, portanto, a existir um modelo sequencial de formação de base e de competição de nível elevado, modelo que ainda hoje se mantém.
Organização atual e o clube satélite
A ADV atualmente tem cerca de 120 atletas federados (sendo 2/3 do género feminino), a que acrescem mais 60 do AD Vagos-Núcleo, um clube-satélite criado em 2020 (13 atletas em Basquetebol Adaptado (em cadeira de rodas), 15 na equipa B de seniores feminina de Basquetebol e 17 de Pesca Desportiva e 15 em Ginástica Rítmica – os 3 primeiros a competir na 2ª Divisão Nacional. O interesse deste clube satélite prende-se com a integração de novas modalidades e com a possibilidade de existência de equipas B (ou seja, secundárias.
A estrutura desportiva
A ADV treina diariamente no Pavilhão Municipal de Vagos a partir das 17:30 horas, tendo os jogos aos fins-de-semana. Possui uma estrutura técnica composta por 14 técnicos (1 treinador de nível 3; 5 de nível 2; 3 de nível 1 e 5 monitores) e equipas de formação em todos os escalões/género, ou seja: Babys (até 6 anos); sub-8, sub-10, sub-12, sub13, sub-14, sub-16, sub-19 e equipas seniores, todas nos géneros masculino e feminino, num total de 16 equipas.
A formação de basquetebolistas assenta nestas equipas que, à exceção das últimas, participam nas competições da Associação de Basquetebol de Aveiro (ABA) e as de sub-14 a sub-19, se ficarem nos primeiros lugares, são apuradas para as fases regionais e nacionais.
A equipa sénior masculina compete na 2ª Divisão Nacional, mas a joia da coroa é a equipa sénior feminina que compete na Liga Feminina, a principal competição nacional e que se mantém no topo há cerca de 20 anos, com 12 títulos nacionais, entre os quais um de Campeão Nacional, 3 Taças de Portugal e a participação em competições europeias (só possível em 4 anos, por limitações financeiras).
O orçamento
A ADV tem um orçamento anual de cerca de 120 mil euros, correspondendo cerca de 1/3 a subsídio municipal e os restantes 65% a patrocínios de empresas e a receitas próprias, sobretudo resultantes da organização de eventos apoiados pela Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), designadamente estágios de formação.
Como os praticantes são muitos e muitas as equipas, os custos são elevados, “pesando” muito no orçamento as deslocações às Regiões Autónomas da Madeira e Açores e as deslocações mais longas (de Lisboa para Sul).
Palmarés
É impossível quantificar os títulos distritais obtidos pelas equipas de formação ao longo dos últimos 28 anos, mas a vitrine de troféus existente numa das salas do Pavilhão Municipal dá uma ideia da dimensão competitiva do clube.
O Centro de treino de alta competição, em Basquetebol
Entre 2003 e 2006 funcionou no Colégio de Calvão num Centro de Treino, com a seleção nacional de sub-15: atletas de topo, selecionadas de todo o país, estudavam, treinavam e viviam em Calvão durante a semana e só aos fins de semana regressavam a casa para visitar a família e jogarem pelos seus clubes. Era responsável técnico o Prof. Paulo Silva (treinador e docente do Colégio de Calvão) e o modelo deu excelentes resultados, pelo que a ADV veria com agrado a recomposição do projeto da FPB, que muito valor iria acrescentar ao sistema desportivo local e nacional.
Trabalho conjunto com o Agrupamento de Escolas de Vagos
A parceria vem desde há muito tempo, mas poderia ser alargada, sobretudo em diversos aspetos: i) aumentar a colocação de tabelas de Basquetebol nas EB1 e incentivar a sua utilização nos recreios; atribuir às AEC (Atividades de Enriquecimento Curricular) um caráter de formação desportiva, a realizar nas Escolas do 1º Ciclo do Agrupamento, onde alguns grupos seriam de Basquetebol e onde a ADV poderia colaborar; aumentar o nº. de grupos-equipa de Basquetebol do Desporto Escolar de um grupo, para dois e reforçar as sinergias, permitindo ao clube captar atletas e ao Agrupamento utilizar os recursos da ADV (designadamente as atletas internacionais e as americanas) nas atividades internas.
A ação do Prof. António Veleirinho, docente do AEV e do treinador Armando Mouro, funcionário não docente do AEV, tem contribuído para reforçar as ligações entre as duas entidades, com evidentes melhorias nos últimos anos, mas ainda mais pode ser feito.