BANDA VAGUENSE  FILARMÓNICA VAGUENSE  1860 – 2023: 163 anos de Música, por    Vagos                                                                        

NO 80º ANIVERSÁRIO DA MORTE DE BERARDO PINTO CAMELO

No livro comemorativo do 100º Aniversário da Banda Vaguense pode ler-se:
“Em 1860 – 06/01- nasceu em Vagos aquele que viria a ser uma das mais emblemáticas figuras do panorama musical vaguense: Berardo Pinto Camelo.
Tendo nascido no seio de uma família de músicos, cedo tomou contacto com o meio musical. Aos 5 anos aprendeu as primeiras notas com o tio Luís José Pinto Camelo Coelho e com Joaquim Trindade, naturais de Vagos.
Estreou-se em público com 9 anos, tocando flautim. No entanto, foi como executante de cornetim que alcançou reconhecimento. A composição e regência de bandas foi a atividade que maior notoriedade lhe proporcionou, não só na região como por todo o país.
Começou por reger a Banda Vaguense – de 1901 a 1906 e de 1936 a 1943 – passando posteriormente pelas bandas da Vista Alegre, Bombeiros Voluntários de Ílhavo, Anadia, Música Nova de Mira. Dirigiu também várias orquestras.
Mestre Berardo, como era carinhosamente tratado, foi, durante muitos anos, a alma da Banda Vaguense.”
Da responsabilidade do ilhavense João Aníbal Maia Marques Ramalheira, está publicado online o curriculum de Berardo Camelo, de onde respigamos as seguintes passagens:
“Dirigiu várias orquestras que abrilhantavam as muitas festas, bailes, revistas e serões daquela época. A valsa «Os Sonhos» e umas variações de barítono a que deu o nome de «O Amor do Homem» foram as primeiras produções de mestre Berardo.
Numerosas gerações de executantes, tiveram-no por Mestre e a sua entrega foi indiscutível, nunca levando um centavo pelas aulas ministradas. Em Junho de 1922 sofre um grande desgosto com a morte de seu filho Reinaldo que não resistiu a um tiro disparado por um aspirante de finanças, em Vagos. Mesmo assim, compõe propositadamente a marcha fúnebre «Dor de Alma» que a Banda da Vista Alegre executou durante o funeral de seu filho. Em 1933 musicou e dirigiu a orquestra da revista infantil «A Nossa Escola» do saudoso Prof. José Pereira Teles, estreada a 8 de Dezembro no Teatro Municipal de Ílhavo, em Cimo de Vila, num total de 40 números, dos quais se destacaram, entre outros, «Ceifeiras», «Sol e Estrelas», «Macaca», «Sineta», «Dança de Roda», etc. Esta revista foi um estrondoso êxito para a época, tendo havido mais de trinta representações em várias localidades do país.
Em 1938 fundou em Vagos um «grupo de palmo e meio» a que deu o nome de Grupo Maestro Pinto Camelo, indo ao Porto inaugurar o teatro infantil do Palácio de Cristal, com uma assistência de milhares de pessoas e recebendo fortes aplausos. Este grupo costumava finalizar os seus espetáculos com o «Auto da Romaria» uma apoteose à Nossa Senhora de Vagos. Berardo Camelo deixou um vasto espólio de partituras musicais de todos os géneros e que ainda hoje algumas se encontram dispersas por particulares e pelas Bandas Vaguense, Vista Alegre, Bombeiros Voluntários de Ílhavo e outras. Destacam-se vários ordinários, Avé Marias, marchas de concerto, rapsódias, responsórios de 6ª Feira Santa, marchas fúnebres, marchas graves, valsas, passo dobles, música sacra (para a qual sempre revelou um especial temperamento), sinfonias, dobrados, fantasias, polkas, mazurcas, maxixes, pás de quatre, etc.. Em Agosto de 1995 a Câmara Municipal de Vagos reconhecendo todo o valor deste insigne Vaguense, atribui-lhe o seu nome à rua que passa junto ao Estádio de futebol. Valores como Berardo Pinto Camelo nunca poderão ser esquecidos, sob pena de estarmos a adulterar a história musical da nossa região e a de Vagos em particular. No seu funeral as bandas de Vagos e da Fábrica da Vista Alegre tocaram, alternadamente, obras da sua autoria.”
Faleceu a 28/01/1943

Votos de muitas “Notas…Soltas” nas nossas vidas.
José A. Almeida

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