Porque é que um processo de luto eficaz é tão importante para a nossa saúde mental? Este possui uma função adaptativa à nova situação, tornando possível a integração da perda.
Perder algo, como um emprego, um relacionamento ou um ente querido é uma experiência individual e complexa. Por este motivo, o processo de luto deve ser encarado como pessoal, cultural e relacional, ou seja, de acordo com o momento histórico, os costumes e as crenças da sociedade onde ocorre. Cada perda é singular e, por isso, desencadeia um processo de luto distinto. Uma perda inesperada pode originar um processo de luto de intensa raiva e revolta, pois a pessoa não dispunha de recursos para gerir a dor que foi imperativo gerir. Uma perda antecipada, poded espoletar um processo de luto e sofrimento antes da perda real.
Contudo, os antecedentes pessoais da pessoa enlutada e a fase da vida em que acontece a perda, desde a infância à terceira idade, impacta a singularidade desta experiência.
A migração gera um processo de luto! A pessoa migrante deixa para trás a vida que tinha no seu país de origem e, na maioria dos casos, todos os seus pertencentes e conquistas como a sua casa, o seu carro, o seu cargo profissional, etc. Não possuir estratégias de coping que facilitem o processo de luto, pode dificultar na pessoa migrante o seu processo de integração no país que agora é o seu novo início de vida, a sua nova “casa”.
O eixo III de atuação do Projeto Envolver, o Psicológico, proporciona atendimento psicológico e grupos de autoajuda aos migrantes oriundos da Venezuela e aos refugiados vindos da Ucrânia. Um dos principais objetivos deste eixo de atuação é a gestão eficaz do processo de luto através, por exemplo, da facilitação de estratégias de coping, adaptadas a cada indivíduo.
Projeto Envolver