Setembro, mês de recomeços
Dizem que recomeçar é sempre bom. Então, se assim é, setembro pode bem ser um dos melhores meses do ano. Não me recordo de um mês em que haja tantos recomeços. Setembro consegue mesmo ganhar a janeiro, nessa luta. É que, se em janeiro, toda a gente toma mil e uma decisões, alavancadas pelo início de um novo ano civil – metade das quais acaba, depois, por não cumprir –, em setembro as coisas acontecem mesmo. Regressa-se à escola, ao ginásio, ao trabalho – em alguns casos – e a novas rotinas, com as energias renovadas pelos banhos de mar e pelo calor do verão. Muitos recomeços podem, depois, cair passadas algumas semanas ou meses. Mas o certo é que chegaram a acontecer. E só isso já é bom.
No verão, a vida abranda de ritmo. Mesmo aqueles que não gostam de tirar férias nos meses mais quentes e que, por isso, continuam a ir todos os dias para os respetivos locais de trabalho, sabem que a cadência diária é diferente. Nem que seja quando se chega a casa e se sente o cheiro a sardinha assada a fugir do pátio dos vizinhos. São três meses de exceção, no meio de um calendário dividido em 12. E, entretanto, chega setembro, rei dos recomeços.
A escola dos mais novos já começou. Praticamente toda a gente já regressou ao trabalho. E esta é também a altura em que as pessoas retomam as atividades lúdicas, desportivas e culturais. É altura, também, claro, de inscrever crianças e jovens em atividades extracurriculares. Em Vagos, não é exceção. Ou não tivessem aberto as inscrições – e respetivas aulas – para as piscinas municipais ou para o programa municipal “Vagos em Ação”, que leva o desporto a todas as freguesias do concelho. Além disso, também os clubes desportivos retomam as suas atividades em força, tal como as associações. Opções não faltam. Pode faltar é vontade, porque setembro é o rei dos recomeços, mas não faz milagres pelos mais preguiçosos (como eu).
Acima de tudo, setembro, este ano, é o primeiro setembro dos últimos três anos em que a normalidade parece fluir. Talvez seja essa também uma razão para se abraçarem os desafiantes recomeços com menos medo. Porque o futuro, o dia de amanhã, a história mais recente já nos ensinou que não dá para prever. Então, recomecemos este setembro com notícias, com leituras, com histórias e a fazer a vida acontecer.
Salomé Filipe
Diretora do Jornal