Como invejo Fernão Capelo Gaivota que, embora passando por tormentas, alcançou mais alto.
Nostalgia e cansaço talvez, mas hoje comovo-me com as imagens dos nossos passarinhos que saem da Instituição e voam para ninhos que desejamos protetores para a vida. Medos, mas também tantos sonhos as acompanham.
Comovo-me com o cansaço de todas, e de cada uma das colaboradoras desta CASA (e das demais), que, honra lhes seja feita, são quem, no dia a dia “segura as pontas” e, cumprindo a sua função profissional, acrescentam algo de si, permitindo que aqueles que servimos se sintam parte da Família Santa Casa.
Estamos exaustos de estar fechados, de máscaras de imagens de guerra. Vemos tombar alguns, por fausto do elevado ego de outros que se iludem julgando superioridade.
Não há férias que nos recomponham quando no regresso…tudo se mantem. Não quero ver mais, saber mais…mas quando levanto o pescoço que baixei para jogar ao faz de conta, tudo continua, e as notícias dizem-me que as guerras continuam, que os combustíveis não param de aumentar o preço, que os cereais podem escassear, com todas as implicações que tal apresenta. O mundo não precisa de mais FOME.
Que Mundo é este? Que seres somos? Como seres humanos, em que nos tornámos? Como nos odiamos tanto e matamos o outro com maior desprezo do que o fazemos quando nos livramos de um mosquito que teima em nos picar?
Hoje queria VOAR. Voar como Fernão Capelo Gaivota, para Alto e livre, longe para alcançar sabedoria que pudesse contribuir um pouco, e com humildade, com ações que nos elevem como ser humano.
Não quero deixar de Sonhar que o Bem existe e que o vamos conseguir reconquistar.
Desejava que cada um, com as suas ferramentas/saberes, construísse umas ASAS.
O Mundo está a precisar, urgentemente, que Voemos para nos podermos salvar.
Teresa Gaspar
Mesária